Freud talvez explique – ou não! – o que toda mãe sabe na prática: a convivência com filhos pré-adolescentes ou adolescentes exige um bocado de paciência e compreensão. Teimosos e cheios de opinião, os jovens podem ser críticos e exigentes ao extremo em relação aos pais. Elizangela Maria Rosa, mãe da Nicoli e do Kauã, sentiu isso na pele anos atrás, quando a filha usou as redes sociais para reclamar da ausência da mãe na rotina da família. 

Mas há uma boa notícia: a juventude passa com o tempo – e mais cedo ou mais tarde a maturidade chega e facilita a compreensão de certos gestos e hábitos. No caso de Nicoli, o processo foi rápido. Hoje, com 19 anos, ela compreende a dedicação da mãe ao trabalho e vai além: valoriza as conquistas e vê Elizangela como uma guerreira, exemplo a ser seguido. O filho já anunciou que pretende ser militar, antigo sonho da mãe, e é outro admirador. 

Não é para menos. Chefe de segurança do Iguatemi Florianópolis, Eli, como é chamada pelos colegas, comanda um time de 35 pessoas – a maioria homens – e garante o bem estar das milhares de pessoas que vão ao empreendimento todos os meses. No shopping há 14 anos, tem fama de durona, mas o rosto simpático denuncia o hábito da gentileza. 

Criada somente pela avó, Elizangela faz o necessário para dar aos filhos uma vida melhor. Vez ou outra há um deslize. Sente culpa, por exemplo, pela má alimentação do filho. “Como passava muito tempo fora de casa, quando estávamos juntos eu deixava ele comer qualquer coisa que quisesse, o que não é muito saudável”. Sentimento de culpa certamente exagerado, que não a impede de ter planos. “Se eu pudesse, teria mais uns 10 filhos e adotaria mais alguns também”. Como dez crianças parece certo exagero, repensa: “Eu ainda quero ser mãe novamente, uma mãe solteira que irá dar a este outro filho todo amor que dei aos outros. A maternidade é a melhor coisa do mundo!”

*Esta história faz parte de uma série em homenagem ao Dia das Mães, com personagens escolhidas pelo Iguatemi Florianópolis.